domingo, 7 de dezembro de 2014

Em cena ensinando - a graça do contar ficando "vintage"

"Re"contando minhas três histórias que já se imprimiram em meu coração: Nós, da Eva Furnari, que uso literária e artisticamente para falar a favor da diversidade; Canção da Chuva, do livro Volta ao Mundo em 80 Canções, explorada valorizando nossas culturas afro, alfinetando politicamente contra a falta de água e Lenda Indígena de Surgimento da Noite, garimpada tanto no Acender de um Fogo, da Ana Luiza e Ana Maria Lacombe quanto em Lendas Indigenas da Amazônica...e É Assim Até Hoje, de Flavia Savary "aprendo/ ensino" o que meu coração e mente insistem em tatuar em mim:
* as crianças, jovens ou adultos se encantam igualmente com as possibilidades de cantar, fazer sons e/ou manipular objetos de cena...
* tanto faz se minha voz está ou não alérgica, escapando para o agudo ou ameaçando me deixar na mão - o que inebria a plateia é resgatar canções da tradição oral brasileira, que são atemporais e "pedem" por se relembrar!
* os sorrisos e olhares gratos dos mais tímidos acendem o reconhecimento da pesquisa, do ensaio, da redação de projetos, das ligações, dos e-mails e mensagens nos Facebooks da vida - são os mais discretos e ao mesmo tempo os que mais dão quentinho no coração;
* Dionísio é um anjo da guarda e tanto - me salvou de "uma fantochada" ontem que nocautearia meu rosto ou olho - mas polvilhe de amor o que faz e as graças necessárias para o seu continuar estarão
por lá para tornar auspicioso seu caminho;
* Começar a convidar crianças aqui e ali no universo inebriante de uma festa e uma dupla mirim imbatível chegar se dizendo pronta para ouvir histórias é um pré presente de aniversário sem classificação;
* São Genésio e Santa Teresa D´Àvila torturaram meu caminho da comunicação à educação e artes lá atras e por uma percepção de sentido na vida e senso de pertencimento descomunais "de repente, não mais que de repente", ter ido aos píncaros do jornalismo e sido empurrada com mãos de ferro à arte educação e narração dramatizada de histórias tem uma lógica de linhas tortas indizível;
* o padroeiro dos ansiosos, "devezemquandariamente" desastrados e desastrados nos força a resgatar memória, sentir pequenos detalhes, valorizar as curvas nos chamando de volta ao chão, à terra, à realização, à entrega e ao compartilhamento;
* mostrar os livros ao final dá a maior bandeira de que venho da sala de aula, da biblioteca, da feitura artesanal de histórias auto desenhasadas/ escritas e me instiga a deixar essas vontades, sonhos, curiosidades e alegria de aprender nelas;
* lugar de aprender é em todo espaço - do trem à festa, da fila do
mercado à cadeira do dentista, da passeata ao sonho mais descompromissado - é onde nos travestimos de professores informais e devolvemos ao mundo parte do que recebemos dele;
* um adulto quase sempre mais crítico reconhecer seu suor, oferecer amparo à sacolaiada de objetos de cena, instrumentos musicais e elementos de manipulação conjunta equivale ao operário ver em tudo sua mão, seu esforço e se integrar pelo bem empregar seu suor, sua forma de estar presente no mundo, nas coisas, apoiando as pessoas como aprendeu e descobriu pondo a mão na massa;
* convidado te classificando como "salvando a pátria das mães" é uma espécie de ante sala da
maternidade que se avizinha e sai correndo, um cafunezinho dos filhos de amigos e parentes que acolho e devolvo, um exercício de companheirismo comunitário, uma prática urbana da maneira indígena de acolhimento "somos todas mães", um experienciar da cultura árabe de chamar as companheiras de irmãs, um acomodar quase comunista do rebento alheio na lateral da anca, imaginando um porta bebê de tecido e recorrendo às memórias, ensaios e descobertas para "trocar mundos" (sim, construtivismo se aplica mesmo tendo vindo de escolas conteudistas);
* bricadeiras à parte - bolsa de mulher é um tipo de buraco negro, do qual saindo a mão sobrevivente já é lucro... Encontrar cartão então... Só por Jesus!
* saias compridas: encene com elas, abandone-as na pressa do metrô se não quiser rasgá-las ou cair... "Pardón" chita!
Que venham muitos palcos, plateias, trocas, parceiros, acolhimento, risos, emoção, experîências antroposóficas de fazer com que o colar de contas negro vire cobra, encontros... Nada mais apaixonante para o arte educador que estar em cena e quase em sala no aniversário - daí a licença no pedido por mais bênçãos, panteão dos Deuses e Deusas!

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial